9 de agosto de 2007

''Vaia perturbou Lula e revelou lado autoritário''

Publicado no Estado de Sao Paulo em 09-08-2007
Autor: Leôncio Martins Rodrigues - cientista político, professor titular aposentado dos departamentos de ciência política da USP e da Unicamp.

"Especialista em partidos políticos e sindicalismo, publicou, entre outras obras, Conflito Industrial e Sindicalismo no Brasil, Quem É Quem na Constituinte e Mudanças na Classe Política Brasileira.

Entusiasmado com os bons resultados obtidos nas pesquisas de avaliação de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu-se com o descontentamento causado pelo caos da aviação no Brasil e, logo em seguida, com as vaias que ouviu em diferentes partes do País. Na opinião do cientista político Leôncio Martins Rodrigues, estudioso de partidos políticos e questões sindicais, o presidente ficou desnorteado e acabou revelando seu lado autoritário.

Na entrevista abaixo, em que analisa os acontecimentos políticos recentes, Leôncio também observa que aumenta nas camadas mais escolarizadas e bem informadas, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste do País, um "estado de horror" em relação às incongruências de Lula e ao governo do PT.

Para o presidente, as pessoas que o vaiam estão brincando com a democracia. Como o senhor entendeu essa declaração de Lula?

Em primeiro lugar ela demonstra a dificuldade que tem para receber as críticas ao seu governo. Ele se encontrava muito seguro, assim como os petistas, em razão dos bons índices de aprovação ao seu governo, apontados pelas pesquisas de opinião pública. Mas o caos no sistema aéreo, o acidente da TAM, o episódio com o seu assessor Marco Aurélio Garcia, as vaias na abertura dos Jogos Pan-Americanos, tudo isso perturbou o presidente e revelou o seu lado autoritário - de quem não sabe receber vaias.

O que achou do fato de ele ter atribuído a autoria das vaias a empresários e banqueiros, que teriam ganho muito durante o governo dele?

Vejo isso como uma incrível confissão pública de que governou para os ricos. A classe média e a classe média alta são ingratas, segundo o presidente, porque foram as classes que se beneficiaram enormemente em seu governo. Por outro lado, ao admitir isso ele revelou uma vez mais o estado de perturbação em que se encontra após o acidente e as vaias que ouviu no Rio.

O senhor não considera uma atitude antidemocrática vaiar um presidente eleito com ampla maioria, com 61% dos votos válidos no segundo turno?

Não direi se é antidemocrática ou não. Mas vou lembrar que que a vaia só acontece nas democracias. Elas não acontecem nos regimes autoritários, onde as pessoas, embora tenham mais razões para vaiar, não o fazem, por medo. Também é bom lembrar que as vaias parecem mais aceitáveis quando uma pessoa que ocupa um cargo público se comporta mais como representante de um grupo político do que como administrador. A vaia é menos aceitável quando a autoridade aparece representando uma coletividade mais ampla, um país, um Estado.

É uma forma de protesto?

Sim. É uma forma de protesto daqueles que não têm outra forma para fazê-lo. É sempre uma manifestação coletiva, mais freqüente nas camadas mais baixas do que nas elites.

O presidente também se referiu às eleições, relembrando que terminaram em outubro. Deu a entender, mais uma vez, que a oposição busca ainda o terceiro turno.

Isso não tem sentido. Há um setor grande da população - representado especificamente por pessoas de nível de escolaridade mais alto e com informações sobre o que se passa no governo - que vem sendo tomado por um estado de horror diante do que vê. Refiro-me à situação dos aeroportos, às frases descabidas do presidente, aos erros de português, às incongruências, ao estilo com que ele governa. O acidente da TAM exacerbou esse horror - com as afirmações contraditórias que vieram a seguir, com a ministra dizendo que ia construir um aeroporto, como se ninguém soubesse que uma obra desse tipo demora pelo menos dez anos, e desdizendo logo em seguida. Percebo esse horror ao Lula e ao governo petista principalmente nas Regiões Sudeste e Sul do País. Ele aparece nas conversas, nas trocas de e-mails, na internet. As pessoas se perguntam: como que o Lula se deixa fotografar, numa hora dessas, com uma viola na mão? Esse horror não atinge, no entanto, as pessoas de escolaridade mais baixa, os setores que não têm internet.

E quanto à afirmação desafiadora do presidente Lula, de que ninguém no País sabe colocar mais gente na rua do que ele?

Nesse ponto o presidente não está totalmente equivocado. A classe média, as correntes políticas liberais democráticas sempre tiveram dificuldade para pôr gente na rua. Os partidos de esquerda têm mais capacidade de mobilização - assim como os fascistas, que também tinham partidos de massa. Esta capacidade não decorre do fato de terem mais trabalhadores com eles. Na verdade, os grupos que mais se mobilizam estão no interior do movimento estudantil - que é dominado pela esquerda. Os estudantes são mais disponíveis, porque freqüentemente não trabalham, não têm que sustentar família. Os estudantes se mobilizaram e derrubaram o governo Collor. Para os outros segmentos, especialmente a classe média, é preciso ocorrer uma grande comoção para decidirem ir às ruas. O PSDB, o antigo PFL e outros partidos próximos deles não têm capacidade de mobilização. São partidos eleitorais, não de militância como o PT, especialmente o PT da fase mais antiga.

Acredita que Lula pode puxar movimentos para a rua, se chamar?

Pode puxar a UNE, o Movimento dos Sem-Terra, uma parte do setor sindical... "

STF arquiva ação por causa da idade de Maluf

FAUSTO MACEDO - Agencia Estado - 09-08-2007

(É muito velho para ser julgado por "subtratir" mais de R$ 5.000.000 do governo do estado de Sao Paulo - aproximadamente 55.555 bolsas familia. Ou seja, temos a alguem inimputavel por um crime razoavelmente demonstravel, com um mandato legislativo.

Tenho melhor idéia: permitamos que crianças alfabetizadas entre 8 e 18 anos se candidatem. Tambem são inimputaveis, terao um nivel educacional similar ou superior ao presidente da república, e ainda por cima terão menos "vicios politicos".)

SÃO PAULO - O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou arquivamento do processo criminal aberto contra o deputado e ex-prefeito Paulo Maluf por suposto envolvimento em desvio de recursos públicos municipais destinados a uma obra complementar do Complexo Viário Ayrton Senna, em São Paulo. A decisão foi tomada pelo ministro Eros Grau, que acolheu parecer do Ministério Público Federal e declarou extinta a punibilidade de Maluf pela prescrição da pena a que ele estaria sujeito.

Como tem mais de 70 anos, Maluf foi beneficiado pelo critério previsto no Código Penal que reduz pela metade o prazo que a Justiça tem para punir um acusado nessa condição. A investigação atribuía ao ex-prefeito crimes de corrupção e falsidade ideológica, conforme artigo 1.º do decreto-lei 201/67, que trata de delitos penais cometidos por administradores municipais.

O desvio imputado a Maluf teria ocorrido em 1996, último ano de sua gestão como prefeito. "Consumou-se o lapso prescricional desde 2004", destacou a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques. Laudo do Ministério Público Estadual apurou, em 2000, que o montante do desfalque ao Tesouro teria atingido R$ 5,8 milhões - em valores atualizados até aquele ano.

Governo ignora decreto e continua sacando com cartões corporativos

Publicado pelo estdao.com em 09-08-2007

(faça suas contas: cada um dos cartões de crédito do governo sacou este ano EM MEDIA, mais de R$ 5.800, em dinheiro. Você que tem cartão corporativo de sua empresa, quanto dinheiro já tirou num caixa com seu cartão, desde que o possui?)

"Segundo o site Congresso em Foco, do total gasto com os cartões este ano, 77% foi sacado

SÃO PAULO - O governo federal não está respeitando o decreto que limita os saques em espécie com os cartões corporativos. Segundo o site Congresso em Foco, o Executivo já gastou mais com cartões corporativos nos primeiros sete meses de 2007 do que durante todo o ano passado. E do total de R$ 45,34 milhões gastos neste ano, 77,7% foram sacados em espécie, para pagar despesas de mais de 6 mil servidores.

Os saques em dinheiro contrariam o Decreto 5.635, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2005. À época, o Ministério do Planejamento afirmou que o objetivo da medida era "reduzir os saques em espécie e dar maior transparência e operacionalidade ao uso do cartão pelos órgãos".

Do total gasto até agora, apenas pouco mais de R$ 9 milhões foram gastos com faturas dos cartões. Os outros quase R$ 36 milhões foram sacados na boca do caixa por seus 6.168 gestores. De acordo com o relatório analisado pelo Congresso em Foco, durante todo o ano de 2006, o gasto com cartões corporativos pelo Executivo foi de R$ 33 milhões.

Ainda segundo o Congresso em Foco, os dados do levantamento mostram que o decreto foi ignorado pelos ordenadores de despesas de 154 órgãos da administração federal, sem considerar as 14 secretarias vinculadas à Presidência da República."

1 de agosto de 2007

Brasilianisierung der gesellschaft

O titulo quer dizer mais ou menos "abrasileiramento da sociedade".
Recebido por mail em 30 de março de 2007, da minha irm que estuda urbanismo na alemanha.

"Olá!

Ontem na faculdade, assistindo uma aula, dei de encontro com um termo usado aqui, no meio academico, que nao conhecia: "Brasilianisierung der Gesellschaft" (brasileiramento da sociedade). Aparentemente existe até um livro sobre o tema deste termo (devo tê-lo em maos na próxima semana). Meio que perdí o chao, pois realmente fiquei muito surpresa e triste com isso. Que o Brasil é o país do futebol, todo mundo sabe aqui também. Mas que o Brasil é usado para expressar-se uma diferenca social crescente, com todos os problemas que dela surge, isso eu nao esperava. Para mim isso é meio como um tapa na cara. Quer dizer, nao somos a África, onde nao há dinheiro. Somos talvez o país no mundo onde a riqueza monetária é pior dividida. Por que nao se usa o termo Saudiarabismo? Talvez porque se trata de uma monarquia. Os alemaes nao querem mal ao Brasil por usar este termo. Vejo muita simpatia pelo Brasil no mundo academico por aqui. Mas está é uma realidade para eles muito clara. Uma realidade para a qual muitos brasileiros nao olham.

Quem sabe este termo chega um dia por aí. Isso seria legal, pois tudo que vem da Europa é melhor ... quem sabe vindo daqui todo o brasileiro tome consciência do real problema desta sociedade!

beijos"

Luz na escuridão

Autor: Fernando Porfírio
Revista Consultor Jurídico, 12 de março de 2007

"Crime econômico causa mais dano que homicídio, diz TJ-SP

Já é tempo da sociedade ter sua consciência despertada para a extrema lesividade dos crimes de colarinho branco. Embora homicídios e roubos possam causar maior impacto emocional, os delitos econômico-financeiros têm potencial muito maior de causar danos à coletividade. Desvios de dinheiro da máquina pública, sonegação de impostos, corrupção, são infrações com muito maior nocividade, porque provocam o descrédito das instituições e sugam recursos que poderiam ser melhores aplicados em educação, saúde e redução da desigualdade social.

Com essa tese, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou dois ex-chefes da Polícia Civil paulista – os delegados Álvaro Luz Franco Pinto e Luiz Paulo Braga Braun – a penas de nove anos, seis meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial fechado, além do pagamento de 36 dias-multa, pelos crimes de peculato (quando o funcionário público se apropria de dinheiro público ou particular que está sob sua guarda ou o desvia em proveito próprio) e formação de quadrilha ou bando.

O tribunal, no entanto, declarou extinta a punição pelo crime de formação de quadrilha por causa da prescrição punitiva. Os advogados Paulo Esteves, Eduardo Silveira Melo Rodrigues e Plínio Darci de Barros já apresentaram recurso (embargos de declaração). Os embargos questionam falta de clareza no acórdão (decisão) e serve como preparatório de recursos aos tribunais superiores.

A decisão, por votação unânime da 1ª Câmara Criminal, trata de suposta irregularidade na construção da Delegacia de Polícia de Tejupá (cidade localizada a 357 km da capital). O desvio de dinheiro público teria ocorrido, de acordo com a denúncia, entre fevereiro de 1991 e abril de 1994. Ainda de acordo com a denúncia, teriam sido desviados cerca de US$ 328 mil por meio de aditamentos contratuais e falsas medições.

Álvaro Luz e Luiz Paulo ocuparam o posto de delegado-geral – principal cargo da Polícia Civil de São Paulo – nas administrações de Orestes Quércia (1987-1990) e Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994).

Além dos dois ex-chefes da Polícia, a denúncia atingiu o delegado João Capezzutti Netto (na época presidente da comissão julgadora de licitação), os ex-funcionários da Secretaria da Segurança Pública Reginaldo Passos (ex-responsável pelo Centro de engenharia do Deplan) e Acácio Kato (engenheiro fiscal do Centro de Engenharia do Deplan) e os empresários Celso Eduardo Vieira da Silva Daotro, Ângelo Antonio Villano, Francisco Alves Goulart Filho e Vivaldo Dias de Andrade Júnior, sócios proprietários da empresa Construdaotro Empreendimentos Ltda.

Em primeira instância, a juíza Patrícia Álvares Cruz, da 2ª Vara Criminal da Capital, absolveu Álvaro Luz, Luiz Paulo Braga Braun, Ângelo Antonio Villano e Francisco Alves Goular Filho das acusações e condenou os outros cinco réus pelos crimes de peculato e, destes, quatro por formação de quadrilha ou bando.

O tribunal extingui a punição por formação de quadrilha contra João Capezzutti Neto, Acácio Kato, Reginaldo Passos e Celso Eduardo Vieira da Silva e manteve a condenação por peculato dos quatro e de Vivaldo Dias de Andrade Júniro. Votaram os desembargadores Márcio Bártoli (relator), Figueiredo Gonçalves e Marco Nahum.

De acordo com o Ministério Público, os envolvidos se valeram de seus cargos na hierarquia da Polícia Civil para fazer contratações ilegais de empresas de construção civil. Os acusados direcionavam de forma fraudulenta as licitações para construção e reformas de delegacias e cadeias públicas, com o intuito de desviar dinheiro público.

O Ministério Público denunciou os réus por causa do esquema de fraude em licitações e desvio de dinheiro envolvendo 120 delegacias e cadeias públicas no interior do Estado. São cerca de 80 processos que tramitam na Justiça. O valor total do desvio, segundo o Ministério Público, seria de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões. Outros 40 casos (entre processos e inquéritos) já foram arquivados.

Defesa

No recurso, os réus condenados reclamaram a reforma da sentença por insuficiência de provas. O Ministério Público pediu a condenação de todos os acusados. Com respeito aos dois chefes da cúpula da Pólicia, sustentou que por causa da condição de delegados experientes e no topo da carreira, não seria razoável aceitar que agiram de modo culposo.

Em sua defesa Álvaro Luz afirmou que as licitações foram autorizadas pelo seu antecessor na Delegacia-Geral, Armândio Malheiros Lopes. Disse que tomou posse como Delegado Geral em 19 de março de 1991, e sua participação na construção da Delegacia de Polícia de Tejupá se limitou à assinatura do contrato.

Álvaro Luz foi diretor do Derin (órgão gestor das delegacias de polícia do interior do Estado) entre janeiro de 1988 e março de 1991, quando assumiu o cargo de Delegado Geral de Polícia.

Luiz Paulo Braga Braun informou ter sido diretor do Deplan (órgão coordenador do Centro de Engenharia da Polícia Civil) entre abril de 1989 e março de 1991. Assumiu o Derin entre março de 1991 e abril de 1994. Sustentou que não era responsável pela elaboração dos convites que era de responsabilidade da comissão de licitação.

Licitações

As licitações consideradas irregulares pelo Ministério Público eram feitas por meio de carta-convite. As empresas eram convidadas a participar da licitação. Em tese, ganhava aquela que apresentava menor preço. As investigações apuraram que sempre as mesmas empresas ganhavam a licitação. Além disso, o processo de licitação foi concluído no prazo de apenas sete dias.

No caso da Delegacia de Tejupá, a fraude consistiu na abertura de licitação em fevereiro de 1991, tendo como base uma planilha orçamentária com valores de referência correspondentes a janeiro de 1990. Com a inflação da época, no mínimo seria necessária a correção monetária. O valor do orçamento de janeiro de 1990 era de Cr$ 8.611.757,00. Se fosse atualizado para fevereiro de 1991, atingiria a cifra de Cr$ 78.501.842,00.

Esse montante exigiria que os responsáveis pela licitação substituíssem a modalidade carta-convite pela de tomada de preços. Nenhum dos contratos assinados passou pela Consultoria Jurídica da Secretaria de Segurança Pública, um procedimento padrão em licitações.

Comentarios a Diego Casagrande

Enviado por mail em 23 de fevereiro de 2007

Angela,
Duro ler isso...

Vivo fora do país há anos, e dessa quase ilha da fantasia vejo o Brasil afundar mais e mais nesse ciclo de corrupção e impunidade. A impunidade vem de cima. O Exemplo vem de cima. Muito pior do que roubar milhões, os Dirceus, mensaleiros e sapos barbudos roubaram a dignidade, a auto-estima, o senso critico do povo brasileiro. Esgarçaram o tecido social, o senso de ética, confundiram o público com o privado, os interesses coletivos e pessoais, o certo e o errado, o bom e o mau, o ético e o espúrio. Dirceu é mau? Jefferson é bom? Tudo se confunde.

Nosso governo é, obviamente, reflexo do povo que o elegeu, espelho de sua personalidade, e reflete a todos os brasileiros, votantes petistas ou não, que “não adianta, são todos iguais, somos todos iguais.” Os ladrões capitalistas ou empresários pelo menos representavam “os outros”, um “exemplo do mal”, antagônicos ao povo, algo a ser combatido, um inimigo comum que aglutina, como os americamos unem ao oriente médio contra si. “Alí Lulá e os 40 mensaleiros” não. São o povo, uma constatação dura e fria de nossa própria canalhice. Como levantar-nos contra nós mesmos?

Talvez seja necessário olhar para trás, buscando na historia exemplos de recuperação da auto-estima de povos que se sentiram em algum momento estigmatizados coletivamente pelos erros de seus governantes:

Os alemães, estigmatizados pelo nazismo há mais de 60 anos, com todo seu nível educacional e cultural ainda não conseguiram recuperar-se e deixar atrás esta sombra.

Os Russos ainda não se deram conta, e talvez nunca o façam, dos delírios, abusos e descalabros comunistas.

Os Norte-americanos, então, será que algum dia entenderão seu papel de alter-ego do comunismo russo, tão vil, cruel e imoral quanto eles, somente com outras vestes e metodologias?

Norte-coereanos, cambojanos… Pobres seres humanos…

Vejo tudo muito sombrio. Do alto de meu parco conhecimento histórico, não me lembro de nenhum povo que tenha superado um problema de baixa auto-estima coletiva. Talvez você possa saber de algum…

Será que seremos nós os primeiros?

Grande abraço,

"Vai logo sua vagabunda"

Recebido por Mail em 12 de fevereiro de 2007
Autor: Diego Casagrande (não verificado)

Fiquei uma semana nos Estados Unidos. Voltei neste domingo. Minha sensação é a pior possível. O Brasil está pior, muito pior. Aliás, nosso país vem piorando a cada semana há décadas. Quando embarquei naquele avião no início do mês, o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, ainda estava vivo. Não tinha sido arrastado por 7 quilômetros preso ao cinto de segurança, enquanto deixava pedaços do corpo espalhados por vários bairros do Rio. Antes, segundo a mãe, era um menininho faceiro e brincalhão. Sorriso lindo agora só visto nas fotos. Há pouco tempo foi o outro menininho em São Paulo, fritado vivo dentro de um carro com a família. Antes tinha sido aquele outro ônibus no qual a vítima havia sido um bebê e uns outros desafortunados que estavam no lugar errado, na hora errada. E antes teve aquele, e aquele outro também.

E assim vamos em frente, vendo a barbárie tornar-se algo cotidiano, impregnado em nossa sociedade, e apenas rezando para que não chegue até nós. Mas é só. De resto, a sociedade brasileira não faz nada além. Não há um único movimento da sociedade civil organizada no sentido de conter uma das vertentes principais da criminalidade: a impunidade. É ela a grande vilã do presente e do futuro do Brasil como nação. É ela que permite à bandidagem comandar quadrilhas de dentro das cadeias, autoriza um Pimenta Neves a matar a namorada pelas costas, ser julgado, condenado, e ter a mesma liberdade que eu tenho de andar nas ruas, dirigir o meu carro e tirar um filme na locadora. É a impunidade que garante aos mensaleiros andar de cabeça erguida, como se honrados fossem, fazendo discursos no Congresso e gastando nos duty frees nas horas vagas. É também ela que joga na rua um menor delinqüente chamado Champinha, que violentou uma jovem durante três dias para depois assassiná-la com mais de 20 facadas.

E o que é a impunidade senão o reflexo cristalino do que somos como sociedade e dos valores que professamos?

A impunidade é o espelho do nosso caráter. Estamos ladeira abaixo, temos de admitir. Será difícil reverter este quadro. Uma sociedade tolerante com a safadeza, gerará mais e mais safados e empulhadores. Se for tolerante com o crime, como a nossa tem sido, acabará gerando a indústria da barbárie ao estilo iraquiano nas cidades brasileiras. É um ciclo vicioso. Políticos não mexem nas leis porque amanhã podem se voltar contra eles. Amanhã, quando outros Joãos forem assassinados como cordeiros no matadouro, talvez vejamos passeatas de branco, gente segurando velas e pedindo "paz". Como se isso comovesse os bandidos das ruas e os de Brasília. Eles só mudarão o curso no dia em que forem cercados e cobrados pela população em todos os lugares, do aeroporto ao supermercado, e de forma implacável.

Ainda no avião, quase chegando, li em um jornal a entrevista de um magistrado, orgulhosíssimo de ser um dos expoentes da "justiça alternativa", aquela que não quer penas minimamente razoáveis porque, afinal de contas, todo o crime vem do sistema capitalista. Que coisa deprimente. O mesmo sistema capitalista que garante a ele a liberdade de adaptar livremente a Constituição, recebendo um belíssimo salário e vantagens de fazer inveja aos magistrados capitalistas norte-americanos. Mas o povo que lhe paga o salário não tem direito de ter encarcerados, longe de si, estes psicopatas assassinos. Uma gente que pode eleger presidente a partir dos 16 anos, mas não pode responder por trucidar uma criancinha indefesa. Uns monstros que com um sexto da pena voltam livres, leves e soltos para destruir mais e mais famílias por aí. Coisas de um país que está na mão de pessoas safadas, de péssimo caráter, no governo, no Congresso, no Judiciário, no jornalismo.

"Eles não têm coração. Não têm. Não têm"", disse a mãe dilacerada na televisão, arrasada para o resto da vida, horas depois de eu ter colocado os pés de volta nesta maravilhosa e sórdida terra. A mãe tentou tirar o cinto de segurança do menino, mas a maldade do bando falou mais alto. "Vai logo sua vagabunda", gritou um deles, para depois acelerar o carro dando início à cena de terror. Qualquer um que trabalha seriamente a questão da criminologia sabe que quem comete tamanha estupidez não tem a menor condição de voltar ao convívio social. Não sente culpa, não sente remorso, não está nem aí para a vida de quem quer que seja. Tira uma vida como esmaga uma barata. É, portanto, um pária que precisa ficar confinado para não machucar mais ninguém. Nós, o povo brasileiro, sabemos disso. E queremos leis mais duras e eficazes. E queremos juízes conectados com o desejo popular. E queremos políticos menos corruptos e vagabundos. E queremos um presidente menos mentiroso. Mas o que fazemos para mudar isso?

Nem Lula e tampouco Ellen Gracie são favoráveis a mudar a lei e reduzir a maioridade penal para 16 anos. "Não adianta", vivem repetindo do alto de seus castelos. Também não querem que assassinos cruéis fiquem mais tempo longe de fazer as maldades que inevitavelmente farão. Partilham da opinião um punhado de juristas, professores universitários e jornalistas. Eles não comem criancinhas, apenas permitem que elas sejam esquartejadas por aí.

"Eu fico pensando... meu menino aqui... Cadê ele? Cadê ele?", perguntava-se a mãe de João Hélio Fernandes.

Perdoe-nos dona Rosa Cristina, por sermos um país com gente tão canalha e incompetente no comando. Perdoe-nos por tudo. Porque vagabundos somos nós que continuamos tolerando esse estado de coisas.

Fiquem com Deus.

Chile abre o caminho para a América Latina

Financial Times - 13/12/2006
Autor: Martin Wolf (Tradução: George El Khouri Andolfato)

A morte de Augusto Pinochet e a saúde debilitada de Fidel Castro marcam o fim de uma era para a América Latina. Nós devemos olhar para trás para os revolucionários barbados e déspotas militares, para o fervor ideológico e sonhos utópicos, sem pesar. Apesar do recrudescente populismo de Hugo Chávez na Venezuela e de Evo Morales na Bolívia, um estilo mais sóbrio de política democrática está se consolidando na região.

Este é o tema do fascinante livro de Javier Santiso, vice-diretor do centro de desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.* "Desde sua independência", ele argumenta, "uma das principais dependências da América Latina era sua crença em milagres: os milagres forjados pelos mágicos marxistas e de livre mercado, revolucionários e contra-revolucionários, com base de que algumas grandes teorias e paradigmas". Em vez disso, há "um movimento dual de reformas econômicas e uma transição à democracia", um movimento para "a política econômica do possível".

Em suas linhas gerais, a história de Santiso é convincente. A reforma econômica - uma medida que visa uma maior dependência do mercado - já se espalhou, de forma intermitente, pela região. Erros imensos foram cometidos. Mas apenas o presidente Chávez, fortalecido pela riqueza derivada dos poços de petróleo, se sente livre para ignorar completamente a racionalidade econômica.

Também é notável a transição para uma democracia relativamente estável na região. A América Latina há muito era uma região de instabilidade política excepcional, o que significava mudanças não de governo, mas de regimes. Mas nas duas últimas décadas, transferências de poder democráticas ordeiras se tornaram a norma. Desde 1983, nota Santiso, "nenhum presidente latino-americano foi removido à força do cargo por insurreição militar".

Quando o poder foi encerrado prematuramente, foi após protestos em massa, escândalos de corrupção ou processos judiciais. As democracias da região são freqüentemente desordeiras. Mas ainda são democracias.

Para os socialistas ocidentais românticos e populistas latino-americanos, Fidel Castro continua sendo uma figura carismática, amado por sua bravata antiamericana. Mas isto diz mais sobre a psicologia destas pessoas do que sobre qualquer outra coisa. Ele é um fóssil. É improvável que seu regime sobreviva após ele. Nem deve: sua ditadura tem sido brutal, responsável pela morte de milhares de oponentes nos primeiros anos e pela prisão sem julgamento de outros milhares. Também é um fracasso econômico. Isto se deve em parte ao embargo americano - mas é uma desculpa apenas parcial. Mesmo assim, tal embargo é idiota. Seu único valor tem sido mostrar a ineficácia de sanções em quase todas as circunstâncias.

Pinochet também foi um tirano brutal, responsável pelas mortes de milhares e aprisionamento e tortura de outras dezenas de milhares sem julgamento. Mas entre a lista de países que obtiveram sucesso na lista de 'possibilidade' de Santiso, o Chile fica no topo. Alguns - ocasionalmente o próprio Santiso - gostariam de fingir que isto não tem nada a ver com o regime de Pinochet. Mas, goste ou não, este reacionário brutal e corrupto lançou, por motivos que não são claros, as reformas que estabeleceram a fundação para o sucessos atuais de seu país. Mais surpreendentemente, quando ele perdeu um referendo em 1988, ele deixou o poder. Castro não seguiu este exemplo.

O caminho econômico do Chile está longe de ter sido tranqüilo. Após a monstruosa inflação do início dos anos 70 e a queda da renda per capita, que foram as causas econômicas para o golpe, uma forte recuperação se seguiu. Isto então terminou em crise financeira em 1982. A crise chilena dos anos 80 foi um molde para a crise "Tequila" de 1995, que começou no México, e para a crise financeira asiática de 1997-98. Como argumentou o chileno Sebastian Edwards, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, a combinação de um sistema financeiro desregulado com uma taxa de câmbio atrelada e salários indexados foi desastrosa.** A experiência ofereceu muitas lições, nenhuma aprendida em lugar nenhum até ser tarde demais.

A exceção de tal regra deprimente foi o próprio Chile, onde um movimento renovado, só que mais pragmático, na direção do mercado, escorado por melhorias na qualidade institucional, tornou a economia a estrela da região. O produto interno bruto per capita do país em termos de paridade de poder de compra está atualmente muito acima dos da Argentina, Brasil e México (ver quadro). Entre 1985 e 2005, o PIB per capita do Chile aumentou de 24% para 40% do nível americano, tornando este país uma exceção em comparação ao retrospecto geral da região de relativo declínio. O aumento na renda real per capita entre 1975 e 2005 foi de 181%. Uma transição suave para a democracia e políticas responsáveis por políticos eleitos consolidaram este sucesso.

O resultado do Chile foi construído a partir de políticas sensíveis voltadas ao mercado e boas instituições. Segundo os indicadores de governabilidade do Banco Mundial, o Chile está bem à frente de outros países latino-americanos na qualidade de suas instituições políticas, legais e regulatórias (ver quadro). De forma semelhante, o relatório Doing Business 2007 do Banco Mundial coloca o Chile em 28º lugar, em termos de facilidade para realização de negócios, em comparação ao 43º lugar do México, 101º da Argentina, e 121º do Brasil. A Moody's classifica a dívida chilena em A2. A do México está e Baa1.

A era dos déspostas acabou. Mas os sucessos da democracia não estão garantidos. No final, a estabilidade democrática depende de amplo sucesso econômico, o que até o momento tem sido muito raro. Os países latino-americanos permanecem muito vulneráveis aos caprichos dos commodities mundiais e dos mercados financeiros. As desigualdades econômicas e sociais internas continuam profundas. A ascensão da China tem sido uma dádiva para os exportadores de commodities, mas também espreme a manufatura de baixa e média tecnologia da região entre a manufatura barata asiática e a de alta tecnologia dos países avançados.

Em resposta, a América Latina deve melhorar as instituições, tornar os mercados mais flexíveis, melhorar o ensino, construir capacidade tecnológica e disseminar os benefícios do crescimento. Os Estados Unidos não podem fornecer um modelo institucional como o que a União Européia fornece aos países candidatos ao ingresso. Mas podem deixar os países latino-americanos livres para fazer suas próprias experiências. Mas eles têm no Chile contemporâneo algo precioso: um bom exemplo.

* Latin America's Political Economy of the Possible: Beyond Good Revolutionaries and Free-Marketeers, MIT Press, 2006;

** Stabilization with Liberalization, Economic Development and Cultural Change, janeiro de 1985

Pinochet e Castro, unidos na gloria e na agonia

11 de dezembro de 2006

Ângela,olá.

Hoje te escrevo para te contar do Chile, não do Brasil.

Como você deve estar sabendo, ontem pela tarde Augusto Pinochet morreu, após uma vida relativamente tranqüila e sem sobressaltos. É impossível falar sobre o Pinochet no Chile sem despertar paixões Maniqueístas. Mas o que a maioria dos chilenos não percebe é que Pinochet foi uma peça no tabuleiro da guerra fria. Foram anos loucos, Allende era louco e Pinochet era louco. Allende tinha um plano mirabolante de transformar o Chile na segunda nação comunista da América, e nisso teve apoio direto de Fidel Castro em pessoa,e o apoio suposto dos Soviéticos. Fidel passou varias semanas peregrinando pelo Chile, pregando sua revolução na permanência mais longa fora de Cuba desde a Revolução. Pinochet era o militar tecnocrata que, nomeado pelo próprio Allende, abraçou a causa anticomunista, insuflado por Kissinger e seus boys.

Allende está fora dessa análise, morreu antes de confirmar as boas ou más expectativas que inspirava. Sobram Pinochet e Castro.

Ambos são idealistas intransigentes. Ambos tomaram o poder pela força, ambos derramaram sangue no processo.

Castro acredita no poder do estado para dar bem estar ao povo, e em certa medida parece ter conseguido. Cuba, com todos os problemas que enfrenta, tem um povo que não passa fome e é relativamente escolarizado. Pinochet, acreditando ou não, deu espaço ao mercado, e o Chile mergulhou num experimento neoliberal radical possibilitado pelo poder absoluto. O processo foi longo e doloroso, com altos e baixos, e colocou o Chile nos umbrais do primeiro mundo. No Chile, uma economia de mercado extremamente aberta, a saúde e a educação são acessíveis a todos em níveis compatíveis com os Cubanos, e a custos e qualidade de primeiro mundo para quem quer e pode pagar. Saúde e educação: o mote de todo político, bom ou mau.

Pinochet recebeu um país com a indústria do cobre estatizada, e, curiosamente, não a devolveu aos capitais estrangeiros. Castro contou por décadas com a venda superfaturada de açúcar aos soviéticos. Cada um com seu subsidio.

Talvez as semelhanças terminem por aí. Em algumas décadas, caminhos tão distantes mas paralelos levaram a destinos muito diferentes. Cuba está à espera do líder agônico para, com sorte, viver uma transição que os leve a uma melhor situação. O Chile de Pinochet viveu uma transição democrática, imposta, com idas e vindas mas democrática enfim. O General que iniciou seu governo da forma menos legítima possível terminou o mandato passando a faixa presidencial a um novo governo que ganhou eleições limpas, que se realizaram sob as leis criadas pelo próprio General Tirano. Legitimou-se ao longo do caminho, reconhecem hoje seus próprios opositores.

Não se trata de endeusar a Pinochet. Se trata de estabelecer um paralelo entre dois personagens ao mesmo tempo tão diferentes e tão iguais como ele e Casto. Romper os mitos e paradigmas do “bom socialista”. Castro é e foi tão terrível como Pinochet, com resultados pífios para seu país. No dia em que entendermos isso, vamos derrubar as máscaras de Umalas, Morales, Chavez e Silvas. O Trabalho e o esforço coletivo e pessoal são o ÚNICO caminho para o desenvolvimento de uma nação. Ao governo lhe cabe sentar as bases e aplainar o caminho para isso. Não deve, não consegue e não pode levar o povo no colo.

Sorte a todos.

Carlos.

Rir para no chorar

Recebido por mail em novembro de 2006
Autor: desconhecido

1. Mudou o apelido do avião do Lula. Agora é Arca de Noé: " Só entram os sobreviventes do Delúbio"

2."Pensando bem......qualquer dia até os papagaios no Brasil vão falar"corruptaco, corruptaco" (Cláudio Humberto)

3."Bons tempos aqueles em que os Três Poderes eram o Exército, a Marinha e a Aeronáutica" (Millor)

4."O sonho do PT é o modelo chinês: autoritarismo político e liberalismoeconômico" (Fernando Gabeira)

5."Há malas que vêm para o bem"

6.Um dos primeiros Presidentes do Brasil foi o Prudente de Morais, daí práfrente tivemos um monte de Presidentes... Imprudentes e imorais

7.O Lula e o PT estão tentando cruzar cabra com periscópio, para ver se acham um bode expiatório

8.Não confunda 'militante do PT" com "mil e tanto pro PT"

9.Antes era o PC Farias. Agora é o PT Faria. Faria as reformas, faria adistribuição de renda, faria um governo honesto

10. A única diferença entre o político e o ladrão é que o primeiro a genteescolhe e o segundo escolhe a gente

11. Deve haver escondida nos subterrâneos do Congresso, uma escola demalandragens, golpes, perfídias e corrupção. Não é possível que os congressistas já nasçam com tanto conhecimento acumulado

12. O canto lírico de Roberto Jefferson não tem dó. Só tem réu maior!!!

13. Não roube: o governo detesta concorrência

Efeitos ópticos da nossa miséria

novembro de 2006
Entrevista de Laura Greenhalgh a Jessé Souza

Não é a economia. Para cientista social, não é através dela que se vai explicar o Brasíl injusto e invisível

A cada relatório do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento, o Pnud, tem-se a possibilidade de experimentar alguma emoção na gangorra das estatísticas. Divulgado na última quinta-feira, um novo relatório revela que a gangorra pendeu para baixo na classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro: caímos da 68ª para a 69ª posição. Se podemos nos ufanar (e não é o caso) de ter passado a Colômbia, que está em 70º lugar, continuamos acenando à distância para os vizinhos: Uruguai está na 43ª posição entre os países com melhor IDH. Chile na 38ª , Argentina na 36ª. Difícil alcançá-los no curto prazo.

Em compensação, o documento destacou os efeitos positivos do programa Bolsa Família na distribuição nacional de renda, uma investida tímida, mas mensurável, num persistente quadro de iniqüidades. Convidado a refletir sobre esses dados, o cientista social Jessé Souza, que há dez anos estuda a desigualdade brasileira, adverte: esperar que a “revolução pela educação”, como dizia o slogan de campanha de Cristovam Buarque, acabe com a exclusão no País é balela. Imaginar que a culpa de índices tão ruins é de governos, uma inutilidade. Acreditar que a pobreza será decifrada pela análise economicista, um erro.

À frente do Centro de Pesquisas sobre Desigualdade (Cepedes), da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), este potiguar de 46 anos faz um trabalho importante. Desenvolve estudos empíricos e teóricos sobre a reprodução de um modelo, ou talvez de uma engrenagem que mantém boa parte do Brasil à margem de si mesmo. No título de um livro recém-lançado -A Invisibilidade da Desigualdade Brasileira (UFMG, 2006) - Jessé já entrega o mote. Revela sua (in)compreensão de um País onde, em matéria de atraso social, razões são raízes. E das profundas.

Pelo PNUD, soubemos que o IDH brasileiro caiu. Em compensação, o relatório diz que o País melhorou a distribuição de renda. Como entender estes resultados? Isso tem a ver com o fato de que o Brasil melhorou a partir dos critérios do índice, que são em si criticáveis. É o Brasil em comparação com ele mesmo. Mas o Brasil piorou na comparação com outros países.

A metodologia de cálculo do IDH, que leva em conta basicamente três variáveis (educação, expectativa de vida e renda per capita) não tem sido eficaz?

É certamente mais eficaz do que índices anteriores, que apenas mediam a renda e outros agregados econômicos. Mas o IDH não mede e sequer atenta para fatores que condicionam a desigualdade em todas as suas dimensões. Esses fatores começam na socialização familiar. O que eu quero dizer é o seguinte: uma criança de quatro ou cinco anos, quando chega à escola, dependendo da estrutura familiar ou da ausência dela - por exemplo, presença ou ausência do pai, estímulo ou não à leitura, existência ou não de bases para a construção da auto-estima - ela já entra como perdedora ou vencedora.

Esse tipo de raciocínio não culpabiliza a família?

Não é esse o ponto. A escola não é o início do processo de competição social, como muitos pensam. Ao contrário. Encarada isoladamente, ela sanciona e legitima uma desigualdade formada muito antes dela! Não perceber essa dimensão equivale a não ver como a desigualdade é constituída no seu fundamento e sua base primeira. Mas Marx não recorreu à família para definir classe social. O conceito moderno de classe social não se restringe a renda ou a determinantes econômicos, como no feitio marxista clássico. O maior sociólogo contemporâneo para mim é o francês Pierre Bourdieu (morto em 2002) precisamente por haver mostrado, como nenhum outro, que a classe social se transmite por herança familiar através de “sinais invisíveis”. Sinais como o medo e a insegurança transmitida na tenra infância, dos pais para os filhos, em famílias pobres, contrapondo-se ao estímulo da coragem e iniciativa dos “bem nascidos”. São sinais invisíveis, assim como invisível é a desigualdade que a nossa percepção comum produz e reproduz continuamente. Desigualdade tornada invisível e “naturalizada”.

Como assim “naturalizada”?

Porque justamente esse fenômeno da naturalização é o que nos permite “legitimar” a desigualdade como se ela fosse culpa dos próprios excluídos.

Voltando ao IDH, existem outros fatores da desigualdade que não são levados em conta?

Concentrar a atenção do problema na renda ou na escola, como faz a esmagadora maioria dos estudiosos, equivale a manter e aprofundar uma percepção superficial de um fenômeno importante, com uma chancela supostamente científica. Isso acontece na dimensão do debate público de gente educada. A invisibilidade dos fatores que determinam e explicam por que as pessoas possuem renda tão discrepante, em sociedades como a brasileira, e por que alguns têm sucesso escolar e outros não, tudo isso é mantido à sombra das abordagens unilaterais. Significa, nada mais nada menos, que “mutilar” e esconder o principal, já que apenas tentamos explicar a desigualdade pelos seus efeitos mais visíveis.

Temos muitos pobres porque somos um país injusto ou somos um país injusto porque temos muitos pobres?

Certamente somos pobres porque somos injustos. O processo de modernização no Brasil se deu de modo apenas econômico. É um contra-senso falar da necessidade de um “choque de capitalismo” neste País, como fazem políticos e especialmente a imprensa de mentalidade liberal. O Brasil aceitou, desde o início, toda a concepção de mundo do capitalismo liberal e econômico. Isso também explica por que crescemos economicamente de 1930 até 1980, com taxas semelhantes às da China ou Índia hoje em dia. Fomos, naqueles 50 anos, campeões em desenvolvimento econômico em todo o planeta, o que não é pouco. Passamos de um dos países mais pobres do globo para o oitavo lugar economicamente.

E por que involuímos para essa tremenda desigualdade?

Porque nosso problema é outro. O que nunca tivemos, nem desenvolvemos, foi uma mentalidade pública de “responsabilidade social”, como nos países da social-democracia européia. O que Alemanha, Suécia ou Holanda fizeram foi precisamente “limitar” e “regular” o mercado, que é uma instituição ambígua: o mercado competitivo moderno produz riquezas como nenhuma outra forma de produção econômica. Mas produz também miséria, sofrimento e desespero para aqueles que não logram se adaptar aos seus imperativos. O que fez a social-democracia européia? Retirou do mercado a regulação de esferas como educação, saúde e previdência, em favor de uma regulação por valores compartilhados socialmente e estranhos ao próprio mercado.

Como se explica a baixa responsabilidade social no Brasil?

Certamente, a base de religiosidade ética daqueles países avançados ajudou-os na passagem de uma ética universalista de caráter religioso para uma ética comunitária secular, também de caráter universalista. Nós, em compensação, tivemos uma ética “mágica” do catolicismo familiar, tão pragmática, instrumental e economicista quanto a própria discussão pública dessas questões. Mas uma sociedade pode sempre mudar, apesar de suas heranças históricas. O problema é que, na relativa pobreza do nosso debate público, sequer chegamos a identificar o que mantém o nosso atraso social, sempre confundido com atraso econômico. O fato do Brasil ter sido o campeão de crescimento, sem ter alterado radicalmente seu padrão de desigualdade, deveria ser uma prova empírica irrefutável da necessidade de considerar outras variáveis.

Já não terá mudado a percepção social da pobreza? Ou ainda somos repetidores do Brasil dividido em casa grande e senzala?

Não existe pergunta mais importante do que esta para compreender o Brasil moderno. Creio que a nossa percepção social não mudou radicalmente desde a escravidão. Porque as pessoas só pensam em crescimento econômico. Com esta crítica não estou aqui dizendo que este dado seja pouco importante. Mas não pode ser o único. As razões disso são em parte históricas, no que toca à peculiaridade brasileira, e em parte produto do racionalismo moderno, que tende apenas a perceber o que é “visível” e “quantificável”.

É correto dizer que o Brasil ainda não conhece o Brasil?

O “Brasil moderno”, de uma classe média que é tão européia, no essencial, quanto a sociedade alemã ou italiana de classe média, não sabe nada sobre o “Brasil atrasado”, Brasil da “ralé estrutural” e das favelas. Na arte e no cinema encontramos belas obras como o recente Amarelo Manga, filme do diretor Cláudio Assis, ou Justiça, filme de Maria Augusta Ramos. Pois esse é o Brasil esquecido, das pessoas que só têm “estômago e sexo”, como diz Assis em seu filme. Pessoas que só possuem corpo e o vendem pelo melhor preço, que por sinal é sempre baixo. Falo de prostituição e trabalho doméstico para as mulheres, de trabalho muscular e “tração animal”, para os homens. Essas pessoas são excluídas daquelas dimensões que constróem a sociedade moderna, tais como mercado, Estado e esfera pública. Porque não “incorporam” conhecimento.

Há ou não democratização do conhecimento?

Conhecimento é recurso social escasso, que o capitalismo moderno “democratiza” em alguma medida. Valeria à pena frisar que, em todas as sociedades tradicionais, o acesso ao conhecimento sempre foi guardado a sete chaves. E hoje, ainda, a propriedade econômica continua a ser transmitida por herança, como em qualquer sociedade tradicional. Nós, todos nós historicamente construímos uma sociedade onde uma parcela significativa dela só possui o próprio corpo e está excluída de qualquer acesso ao mundo moderno e suas benesses. A compreensão artística do problema é muito bonita, como nos filmes citados, mas insuficiente.Por quê?Porque a arte, embora nos toque na alma, tem caráter metafórico. A compreensão de um processo social tão complexo tem que identificar os “por quês” e as “razões”.

O senhor diz que análises economicistas não explicam a complexa trama da desigualdade. E que a visão artística, apesar de bonita, é insuficiente. Como desenvolver uma compreensão mais ampla?

No caminho que venho trilhando nos últimos dez anos, dedicados exclusivamente ao tema da desigualdade entre nós, venho alternando pesquisas empíricas e teóricas sobre a sociologia contemporânea e brasileira. Fui muito influenciado pelos trabalhos de Maria Sylvia de Carvalho Franco (especialmente no livro Homens Livres na Ordem Escravocrata) e pelo trabalho de Florestan Fernandes (em Integração do Negro na Sociedade de Classes e A Revolução Burguesa). Nesses autores existe a preocupação de compreender os mecanismos “invisíveis” dos quais falei anteriormente, que se manifestam depois em resultados econômicos “visíveis”. Meu trabalho tem sido recuperar essa dimensão esquecida nas últimas décadas, pela dominância das análises economicistas. Procurei acrescentar, ao trabalho dos autores citados, desenvolvimentos da teoria sociológica de vanguarda que não existiam à época em que Maria Sylvia ou Florestan produziram aquelas obras. Além de Pierre Bourdieu, procurei utilizar criticamente autores como Charles Taylor e Axel Honneth, os dois maiores nomes internacionais da filosofia e da sociologia do reconhecimento. Suas teorias procuram mostrar como o móvel do comportamento humano é também moral, cultural e emocional.

Dá para colocar na balança o lado moral da desigualdade brasileira?

Novamente a questão é correta. Permite discutir o ponto principal. O Brasil é um país moderno, apesar de desigual. Sociedades modernas possuem um núcleo próprio de moralidade. O “valor diferencial das pessoas” no mundo moderno depende de duas fontes de valor moral que podemos chamar, como faz o canadense Charles Taylor, de “dignidade” e “autenticidade”. A dignidade das pessoas no mundo moderno tem a ver com pressupostos psicossociais do trabalho produtivo em condições capitalistas, ou seja, com a presença de disciplina, auto-controle, pensamento prospectivo, etc. Foi a generalização desses pressupostos que tornaram países como Alemanha, Suécia ou França mais igualitários e avançados em termos de aprendizado moral e político, e não em termos de simples desenvolvimento econômico. Mas continua a existir uma esfera de desigualdade importante nas sociedades avançadas. Falo daquela forma de distinção que, por exemplo, separa o indivíduo de classe média de “bom gosto” do trabalhador com gosto supostamente “rude”. Esse tipo de racismo de classe existe em todo lugar.

E como se manifesta aqui ?

O que separa uma sociedade como a brasileira de uma sociedade como a alemã, para falar de um lugar estrangeiro onde morei durante sete anos, é a produção, no Brasil, do que chamo provocativamente em meus livros de uma “ralé estrutural”. Ou seja, de toda uma classe de pessoas, algo como um 1/3 da população brasileira, excluída de qualquer acesso à possibilidade de trabalho produtivo nas condições de competitividade do mercado capitalista. Isso também implica a ausência dessas pessoas no Estado e na esfera pública, pela impossibilidade de ter voz própria e percepção dos seus efetivos interesses de longo prazo. Falo dessa classe de “despreparados”, gente que se reproduz entre nós há séculos, sem que jamais se tenha feito o esforço cívico e republicano de sua redenção. Essas pessoas são o “lixo” numa sociedade que jamais se importou com elas e jamais lhes conferiu requisitos objetivos para que consigam o respeito dos outros e a auto-estima de si mesmos.

Afinal, a quem responsabilizar pela manutenção desse Brasil de excluídos, que existe desde sempre?

Não se trata de culpar governos. O fato é que nunca houve um consenso social no sentido de transformar tal questão em tema público de relevância. A “culpa”, se esta é a palavra certa, deve ser de todos nós e do tipo de sociedade excludente que cotidianamente contribuímos para manter.

O Bolsa Família é apontado pelo PNUD como fator de melhoria social. Pode ter contribuído para baixar em 10% a 15% os níveis de desigualdade. E poderá ter tirado pelo menos 5 milhões de brasileiros da condição de extrema pobreza. É avanço efetivo ou só assistencialismo?

Todos os programas sociais já feitos no Brasil, e os que ainda se fazem, como o Bolsa Família, são assistencialistas porque obedecem à lógica do curto prazo. Baseiam-se, em última instância, numa visão de mundo liberal, que imagina a sociedade feita de indivíduos com as mesmas disposições de comportamento, disposições fungíveis e intercambiáveis. Vem daí a abordagem da pobreza como se fosse um fato fortuito e “casual”. Bastaria então uma pequena ajuda econômica, ajuda meramente tópica, para fazer as pessoas caminharem de novo com os próprios pés. Assim se percebe a desigualdade no Brasil. Assim se cria a ilusão de uma sociedade sem classes sociais, na medida em que todos pertencemos ao mesmo tipo humano. E assim nos tornamos efetivamente incapazes de pensar ações de médio e longo prazo para incluir, de fato, classes sociais que se reproduzem há séculos como excluídas. Isso não é culpa de governos. Muito menos do presidente Lula, que tem manifestado sensibilidade maior do que, inclusive, os setores mais educados de nossa sociedade. Jogar a culpa em pessoas e governos é a melhor maneira de manter a situação como está. É a versão pública de um narcisismo primitivo que nos faz ver que o problema está sempre no outro, e não em nós mesmos.

"Presidente, vá se danar!"

Recebido por mail em novembro de 2006:
Autor: Adriana Vandoni Curvo (não verificado)


Não sei se é desespero ou ignorância. Pode ser pelo convívio com as más companhias, mas eu, com todo o respeito que a "Instituição" Presidente da República" merece, digo ao senhor Luis Inácio que vá se danar.

Quem é ele para dizer, pela segunda vez, que tem mais moral e ética "que qualquer um aqui neste país"? Tomou algumas doses a mais do que o habitual, presidente? Esta semana eu conheci Seu Genésio, funcionário de um órgão público que tem infinitamente mais moral que o
senhor, Luis Inácio. Assim como o senhor, Seu Genésio é de origem humilde, só estudou o primeiro grau e sua esposa foi babá. Uma biografia muito parecida com a sua, com uma diferença, a integridade.

Ao terminar um trabalho que lhe encomendei, perguntei a ele quanto eu o devia. Ele olhou nos meus olhos e disse: "Olha doutora, esse é o meu trabalho. Eu ganho para fazer isso. Se eu cobrar alguma coisa da senhora eu vou estar subornando. Vou sentir como se estivesse recebendo o mensalão."

Está vendo senhor presidente, isso é integridade, moral, ética, princípios coesos. Não admito que o senhor desmereça o povo humilde e trabalhador com seu discurso ébrio. Seu Genésio, com a mesma dificuldade da maioria do povo brasileiro, criou seus filhos. E aposto que ele acharia estranho se um dos quatro passassem a ostentar um patrimônio exorbitante, porque apesar de tê-los feito estudar, ele tem consciência das dificuldades de se vencer. No entanto, Lula, seu filho recebeu mais de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares) de uma empresa de telefonia, a Telemar. E isso, apenas por ser seu filho, presidente! Apenas por isso e o senhor achou normal. Não é corrupção passiva? Isso é corrupção Luis Inácio! Não é ético nem moral! É imoral!

E o senhor acha isso normal? Presidente, sempre procurei criar os meus filhos dentro dos mesmos princípios éticos e morais com que fui criada. Sempre procurei passar para eles o
sentido de cidadania e de respeito aos outros. Não posso admitir que o senhor, que deveria ser o exemplo de tudo isso por ser o representante máximo do Brasil, venha deturpar a educação que dou a eles. Como posso olhar nos olhos dos meus filhos e garantir que o trabalho compensa, que a vida íntegra é o caminho certo, cobrar o respeito às instituições, quando o Presidente da República está se embriagando da corrupção do seu governo e acha isso normal, ético e moral?

Desafio o senhor a provar que tem mais moral e ética que eu! Quem sabe "vossa excelência" tenha perdido a noção do que seja ética e moralidade ao conviver com indivíduos inescrupulosos, como o gangster José Dirceu (seu ex-capitão), e outros companheiros de partido, não menos gangsteres, como Delúbio, Sílvio Pereira, Genoíno, entre outros.

Lula, eu acredito que o senhor não saiba nem o que seja honestidade, uma prova disso foi o episódio da carteira achada no aeroporto de Brasília. Alguém se lembra? Era início de 2004,
Waldomiro Diniz estava em todas as manchetes de jornal quando Francisco Basílio Cavalcante, um faxineiro do aeroporto de Brasília, encontrou uma carteira contendo US$ 10 mil e devolveu ao dono, um turista suíço. Basílio foi recebido por esse senhor aí, que se tornou presidente da república. Na ocasião, Lula disse em rede nacional, que se alguém achasse uma carteira
com dinheiro e ficasse com ela, não seria ato de desonestidade, afinal de contas, o dinheiro
não tinha dono. Essa é a máxima de Lula: achado não é roubado.

O turista suíço quis recompensar o Seu Basílio lhe pagando uma dívida de energia elétrica de míseros 28 reais, mas as regras da Infraero, onde ele trabalha, não permitem que funcionários recebam presentes. E olha que a recompensa não chegava nem perto do valor da Land Rover que seu amigo ganhou de um outro "amigo".

Basílio e Genésio são a cara do povo brasileiro. A cara que Lula tentou forjar que era possuidor, mas não é. Na verdade Lula tinha essa máscara, mas ela caiu. Não podemos suportar ver
essa farsa de homem tripudiar em cima na pureza do nosso povo. Lula não é a cara do brasileiro honesto, trabalhador e sofrido que representa a maioria. Um homem que para levar vantagem aceita se aliar a qualquer um e é benevolente com os que cometem crimes para benefício dele ou de seu grupo e ainda acha tudo normal! Tenha paciência! "Fernandinho beira-mar", guardando as devidas proporções, também acha seus crimes normais.

Desculpe-me, 'presidente', mas suas lágrimas apenas maculam a honestidade e integridade do povo brasileiro, um povo sofrido que vem sendo enganado, espoliado, achacado e roubado há
anos. E é por esse povo que eu me permito dizer: Presidente, vá se danar!"

Fome zero, controle zero

Recebido por mail em novembro de 2006
Autor: desconhecido - conteúdo não verificado

"Está tudo no Diário Oficial da União, com número de licitação e tudo.

DESPESAS DO GABINETE PRESIDENCIAL

1995 - FHC - R$ 38,4 milhões.
2003 - Lula - R$ 318,6 milhões.
2004 - Lula - R$ 372,8 milhões (R$ 1,5 milhões por dia útil de trabalho)

Quer saber mais?

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NO PALÁCIO DO PLANALTO

Itamar Franco - 1,8 mil
FHC - 1,1 mil
Lula - 3,3 mil PS:

No Palácio da Alvorada, existem 75 empregados. O ano passado Lula assinou um decreto, de número 5.087, aumentando de 27 para 55 seus assessores especiais diretos.

Fome Zero localizada:

Que ninguém se espante se, no final dos quatro anos de seu mandato, Lula estiver bem mais gordo e balofo. O deslumbre com o poder é tanto que até na hora da comida, exagera nas compras. No Palácio do Planalto, o programa "Fome Zero funciona. Fome e sede zero. Todos querem, literalmente, se entupir de comida e bebida. Vejam estes números:

O processo de licitação de número 00140.000226/2003-67, publicado no Diário Oficial da União, previu a compra de 149 itens para o Palácio. Dentre eles constam:
- sete toneladas de açúcar;
- duas toneladas e meia de arroz;
- 400 latas de azeitona;
- 600 quilos de bombons;
- 800 latas de castanhas de caju;
- 900 latas de leite condensado... Tudo altamente calórico... O pior é que pelo prazo da licitação, tudo isso deverá ser consumido em 120 dias...

Mas tem mais. Constam ainda:
- dois mil vidros de pimenta;
- dois mil e quinhentos rolos de papel alumínio;
- quatrocentos vidros de vinagre;
- quatrocentos e sessenta pacotes de sal grosso e ainda
- seis mil barras de chocolate.

Se você, caro leitor, apanhar uma calculadora, vai concluir que a turminha de Lula está¡ consumindo por dia:

- 58 quilos de açúcar (ou dona Marisa faz muito bolo ou Lula toma muita caipirinha...);
- 22 quilos de arroz;
- 50 barras de chocolate;
- 15 vidros de pimenta...pimenta???

Como a repercussão dessa compra foi negativa, Lula mandou tirar do site oficial do governo o processo de licitação, que já havia sido publicado na edição número 463 do Diário Oficial. Lula é assim: num dia esconde o que faz, no outro camufla o que compra.

E a coisa vai mais longe: em outra licitação 00140.000217/2003-36) dá para perceber que Lula gosta de festa. O Gabinete da Presidência comprou um pouco de tudo para beber. Entre os itens:

- 129 mil litros de água mineral (consumo:mais de mil litros por dia);
- duas mil latas de cerveja;
- 35 mil latas de refrigerante;
- 1344 garrafas de sucos naturais;
- 610 garrafas de vinho (consumo de cinco por dia);
- 50 garrafas de licor.

A sede dos deslumbrados vai além, mesmo com muita gente morrendo por falta de água no sertão, que Lula diz que conhece bem. Em outra licitação, 00140.000228/2003-56), o nosso Presidente, que devia ser exemplo, mandou comprar para seu Palácio:

- 495 litros de suco de uva;
- 390 litros de suco de acerola;
- o mesmo tanto de suco de maracujá, laranja, tangerina e manga.

Outra compra diz a respeito a 2.250 quilos de pó de café. Numa conta simples, este valor resulta em 2145 cafezinhos por dia. Desse jeito Lula vai acabar perdendo o sono.

Mas a farra não termina por aqui. Numa outra compra 00140.000126/2003-31) Lula prova que é bom de estômago:

- três toneladas e meia de batata:
- duas mil dúzias de ovos;
- duas toneladas de cebola;
- uma tonelada de alho porró
- 2400 abacaxis;
- uma tonelada e meia de banana;
- outro tanto de ameixa e ainda
- uma tonelada de caqui.

Pelo que se entende de outra compra 00140.000227/2003-10), dona Marisa Letícia anda cozinhando prá fora, servindo marmita. Foram comprados para serem consumidos em 120 dias:

- dez botijões de gás de dois quilos;
- 170 botijões de 13 quilos;
- 20 cilindros de 45 quilos e mais
- 45 toneladas de gás a granel.

Continha simples: 24 botijões por dia consumidos. Quer mais farra? Então aqui vai: O gabinete da presidência mandou comprar:

- dois mil CDs para gravação, com as respectivas caixinhas, e
- 20 mil disquetes.. Estaria Lula montando uma gravadora pirata? E alguém tem idéia de quanto se paga de roupa lavada no Palácio, em 120 dias?

- 54 toneladas - ou 13 toneladas e meia por mês, ou ainda, 450 quilos de roupa por dia. Lula torna feliz qualquer tintureiro.

Talvez a justificativa para a lavanderia seja uma outra compra, a de número 00140.000143 /2003-78:
- 300 colchas;
- 330 lençóis;
- 300 fronhas;
- 50 travesseiros;
- 66 cobertores (cobertor em Brasília é grave, hein?);
- 15 roupões;
- 20 jogos de toalha;
- 20 toalhas de banho e
- 120 colchões... 120 colchões!!!

Quando Lula pra lá se mudou, também tratou de providenciar todo conforto possível. A presidência comprou:

- dois fogões;
- duas cafeteiras;
- quarto fornos de microondas;
- quatro geladeiras;
- oito ventiladores;
- seis aparelhos de ar condicionado;
- dois bebedouros;
- sete televisores;
- dois aparelhos de CDs;
- três liquidificadores;
- uma sanduicheira;
- um frigobar.

Cidadania se faz com informação!!!"

Carta a Chico Buarque

Recebida por Mail em novembro de 2006
Autor: José Danon (não verificado)

"Chico,

Você foi, é e será sempre meu herói. Pelo que você foi, pelo quevocê é e pelo que creio que continuará sendo. Por isso mesmo, ao ver você declarar que vai votar no Lula "por falta de opção", tomei a liberdade delhe apresentar o que, na opinião do seu mais devoto e incondicional admirador, pode ser uma opção.

Eu também votei no Lula contra o Collor. Tanto pelo que representava o Lula como pelo que representava o Collor. Eu também acreditava no Lula. Eaté aprendi várias coisas com ele, como citar ditos da mãe. Minha mãe costumava lembrar a piada do bêbado que contava como se tinha machucado tanto. Cambaleante, ele explicava: "Eu vi dois touros e duas árvores, os que eram e os que não eram. Corri e subi na árvore que não era, aí veio o touro que era e me pegou." Acho que nós votamos no Lula que não era, aí veio o Lula que era e nos pegou.

Chico, meu mestre, acho que nós, na nossa idade, fizemos a nossa parte. Se a fizemos bem feita ou mal feita, já é uma outra história. Quando a fizemos, acreditávamos que era a correta. Mas desconfio que nossa geração não foi tão bem-sucedida, afinal. Menos em função dos valores que temos defendido e mais em razão dos resultados que temos obtido. Creio que hoje nossa principal função será a de disseminar a mensagem adequada aos jovensque vão gerenciar o mundo a partir de agora. Eles que façam mais e melhor do que fizemos, principalmente porque o que deixamos para eles não foi grande coisa. Deixamos um governo que tem o cinismo de olimpicamente perdoar os"companheiros que erraram" quando a corrupção é descoberta. Desculpe, senhor, acho que não entendi. Como é mesmo? Erraram?

Ora, Chico, o erro é uma falha acidental, involuntária, uma tentativa frustrada ou malsucedida de acertar. Podemos dizer que errou o Parreira na estratégia de jogo, que erramos nós ao votarmos no Lula, mas não que tenham errado os zésdirceus, os marcosvalérios, os genoinos, dudas, gushikens, waldomiros, delúbios, paloccis, okamottos, adalbertos das cuecas, lulinhas, beneditasdasilva, burattis, professoresluizinhos, silvinhos, joãopaulocunhas, berzoinis, hamiltonlacerdas, lorenzettis, bargas, expeditovelosos, vedoins, freuds e mais uma centena de exemplares dessa espécie tão abundante, desafortunadamente tão preservada do risco de extinção por seu tratador. Esses não erraram. Cometeram crimes. Não são desatentos ou equivocados. São criminosos. Não merecem carinho e consolo, merecem cadeia.

Obviamente, não perguntarei se você se lembra da ditadura militar. Mas perguntarei se você não tem uma sensação de déjà vu nos rompantes de nosso presidente, na prepotência dos companheiros, na irritação com a imprensa quando a notícia não é a favor. Não é exagero, pergunte ao Larry Rother doNew York Times, que, a propósito, não havia publicado nenhuma mentira. Nem mesmo o Bush, com sua peculiar e texana soberba, tem ousado ameaçar jornalistas por publicarem o que quer que seja. Pergunte ao Michael Moore.

E olhe que, no caso do Bush, fazem mais que simples e despretensiosas alusões aos seus hábitos ou preferências alcoólicas no happy hour do expediente. Mas devo concordar plenamente com o Lula ao menos numa questão em especial: quando acusa a elite de ameaçá-lo, ele tem razão. Explica o Aurélio Buarque de Hollanda que elite, do francês élite, significa "o que háde melhor em uma sociedade, minoria prestigiada, constituída pelos indivíduos mais aptos". Poxa! Na mosca. Ele sabe que seus inimigos são aspessoas do povo mais informadas, com capacidade de análise, com condições de avaliar a eficiência e honestidade de suas ações. E não seria a primeira vez que essa mesma elite faz esse serviço. Essa elite lutou pela independência do Brasil, pela República, pelo fim da ditadura, pelas diretas-já, pela defenestração do Collor e até mesmo para tirar o Lula das grades da ditadura em 1980, onde passou 31 dias. Mas ela é a inimiga de hoje. E eu acho que éjustamente aí que nós entramos.

Nós, que neste país tivemos o privilégio de aprender a ler, de comer diariamente, de ter pais dispostos a se sacrificar para que pudéssemos sercapazes de pensar com independência, como é próprio das elites - o que, apropósito, não considero uma ofensa -, não deveríamos deixar como herança para os mais jovens presentes de grego como Lula, Chávez, Evo Morales, Fidel- herói do Lula, que fuzila os insatisfeitos que tentam desesperadamente escapar de sua "democracia". Nossa herança deveria ser a experiência que acumulamos como justo castigo por admitirmos passivamente ser governados pelo Lula, pelo Chávez, pelo Evo e pelo Fidel, juntamente com a sabedoria depoder fazer dessa experiência um antídoto para esse globalizado veneno. Nossa melhor herança será o sinal que deixaremos para quem vem depois, um claro sinal de que permanentemente apoiaremos a ética e a honestidade e repudiaremos o contrário disto. Da mesma forma que elegemos o bom, destronamos o ruim, mesmo que o bom e o ruim sejam representados pela mesma pessoa em tempos distintos.

Assim como o maior mal que a inflação causa é o da supressão da referência dos parâmetros do valor material das coisas, o maior mal que a impunidade causa é o da perda de referência dos parâmetros de justiça social. Aceitar passivamente a livre ação do desonesto é ser cúmplice do bandido, condenando a vítima a pagar pelo malfeito. Temos opção. A opção é destronar o ruim. Se o oposto será bom, veremos depois. Se o oposto tampouco servir, também o destronaremos. A nossa tolerância zero contra a sacanagem evitará que as passagens importantes de nossa História, nesse sanatório geral, terminem por desbotar-se na memória de nossas novas gerações.

Aí, sim, Chico, acho que cada paralelepípedo da velha cidade, no dia 1ºde outubro, vai se arrepiar.

Seu admirador número 1, Zé Danon.

A vitoria do que tinha que ganhar

Mail enviado em 02-11-2006

Oi mãe,

Aconteceu o que tinha que acontecer, os grotões do Brasil pesam mais, e a desinformação e a pobreza fazem com que os votos de toda uma família valham 90 reais ao mês. Foi o maior crime eleitoral da historia brasileira, com milhões de votos comprados com dinheiro publico, nas barbas de todo o Brasil. Lembra quando antigamente a gente se escandalizava com o político que dava um pé de sapato antes das eleições e outro depois? Pois é, o Lula faz a mesma coisa, mas com dinheiro público, e ainda é beatificado por isso.


De quem é a culpa? das classes dominantes que controlaram o Brasil nos 100 anos anteriores ao Lula, que foram tão incapazes e incompetentes, exploraram e desumanizaram tanto o povo dos grotões, que agora o voto deles valem só isso mesmo, 90 reais por mês.

Baijo.

Carlos

"Lula esconde a sujeira", por Helio Bicudo

Recebido por mail em outubro de 2006
Fonte: Felipe Araujo/AE (não verifricado)

(Nota: para quem não sabe ou já esqueceu, Helio Bicudo foi um dos intelectuais fundadores de PT em suas origens, e em termos gerais é muito respeitado por sua clareza, tanto por partidarios como por adversários. Pelo que sei, renunciou por decisão propria à militancia ao PT quando o mar de lama começou a vir à tona)

UMA CERTEZAHélio Bicudo, petista há 25 anos: "É impossível que Lula não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos"

O jurista Hélio Bicudo, de 83 anos, tem uma longa militância em favor dos direitos humanos, na qual se destaca o combate à ação do Esquadrão da Morte paulista, no fim dos anos 60. Relutou muito antes de decidir manifestar sua opinião sobre o governo Lula e o PT, ao qual é filiado há 25 anos. Decidiu falar incentivado pela família e por alguns amigos, inclusive da base petista. "Não posso admitir que dentro da história que venho construindo, muitas vezes penosamente, eu possa ser considerado partícipe do que está acontecendo", disse Bicudo à editora de VEJA Lucila Soares, a quem concedeu a seguinte entrevista:

O SENHOR ACREDITA QUE O PRESIDENTE LULA SABIA DOS FATOS QUE ESTÃO VINDO A PÚBLICO?

Lula é um homem centralizador. Sempre foi presidente de fato do partido. É impossível que ele não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos e quem era o responsável. Não é porque o sujeito é candidato a presidente que não precisa saber de dinheiro. Pelo contrário. É aí que começa a corrupção.

POR QUE O PRESIDENTE NÃO TOMOU NENHUMA ATITUDE PARA IMPEDIR QUE A SITUAÇÃO CHEGASSE AONDE CHEGOU?

Ele é mestre em esconder a sujeira embaixo do tapete. Sempre agiu dessa forma. Seu pronunciamento de sexta-feira confirma. Lula manteve a postura de que não faz parte disso e não abre espaço para uma discussão pública.

HÁ OUTROS EXEMPLOS DESSA CARACTERÍSTICA?

Há um muito claro. Em 1997, presidi uma comissão de sindicância do PT para apurar denúncias contra o empresário Roberto Teixeira, que estava usando o nome de Lula para obter contratos de prefeituras em São Paulo. A responsabilidade dele ficou claríssima. Foi pedida a instalação de uma comissão de ética, e isso foi deixado de lado por determinação de Lula, porque o Roberto Teixeira é compadre dele . O único punido foi o Paulo de Tarso Venceslau, autor da denúncia. Ainda que não existisse necessariamente um crime, havia um problema sério, ético, político, que tinha de ter sido discutido e não foi. Essas coisas todas vão se acumulando e, no final, acontece o que se vê hoje.

ESSES MESMOS SINAIS ESTÃO PRESENTES NO ASSASSINATO DO PREFEITO DE SANTO ANDRÉ, CELSO DANIEL?

A história de Santo André ainda não está clara. Houve uma intervenção do próprio partido para caracterizar o crime como crime comum, do que eu discordo. Houve a eliminação do Celso, ou porque ele não concordava com a corrupção ou porque ele quis interromper o processo num determinado ponto.

O SENHOR FOI VICE-PREFEITO DE MARTA SUPLICY. COMO FOI PARTICIPAR DE UM GOVERNO PETISTA?

O que me realizou na prefeitura foi constituir a Comissão de Direitos Humanos do município. Fora isso, tudo passou ao largo do meu gabinete, por opção de Marta. E, em dezembro de 2004, já no fim do governo, quando assumi interinamente a prefeitura e houve uma chuva muito forte, com graves prejuízos à população, pude verificar que os serviços públicos estavam totalmente omissos. Convoquei uma reunião do secretariado e apareceram dois ou três. Para mim foi uma experiência extremamente negativa.

EM QUE MOMENTO O SENHOR COMEÇOU A PERCEBER QUE O PARTIDO ESTAVA NO CAMINHO ERRADO?

Quando a direção passou a tomar a frente das campanhas políticas. No início a militância era a grande força eleitoral. Isso foi mudando na medida em que o partido começou a abandonar os princípios éticos. A partir da campanha eleitoral de 1998, instalou-se definitivamente a política de atingir o poder a qualquer preço.

O PRESIDENTE LULA TAMBÉM QUERIA CHEGAR AO PODER A QUALQUER PREÇO?

Sim. Mas ele quer a representatividade, sem o ônus do poder. Ele dividiu o governo como se estivéssemos num sistema parlamentarista. É o chefe do Estado, mas não do governo. Nisso há, aliás, uma clara violação da Constituição, que é presidencialista. A conseqüência foi o aparelhamento do Estado, um governo sem projeto e essa tática de alcançar resultados pela corrupção do Congresso Nacional.

O EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU ERA O PRINCIPAL NOME DESSE GRUPO A QUEM LULA DELEGOU O PODER. QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE ELE?

Dirceu é um trator. Ele é um homem que luta, sem restrição a meios, pelo poder. Está impregnado desse objetivo. Ele é o melhor representante de um grupo que aspirava ao poder pelo poder, não para fazer as reformas que sempre defendemos. O PT chegou ao governo sem projeto. Se Lula quisesse transformar o sonho petista em realidade, poderia ter se cercado de gente que o ajudaria nisso. Pessoas como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Fábio Konder Comparato, Maria Victoria Benevides, Paulo Nogueira Batista Junior trabalharam no programa e foram depois pura e simplesmente deixadas de lado . Foi uma escolha. Que continua. Em vez de buscar as pessoas autênticas, que comungam do ideal que acho que ainda é dele também, Lula se reúne com o Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela) . Para quê?

O SENHOR TAMBÉM SE CONSIDERA DEIXADO DE LADO?

Eu entrei no PT porque achei que devia entrar, ajudei o Lula em vários momentos porque achei que devia ajudar e nunca pedi nada em troca. Ele é que, espontaneamente, me disse que eu assumiria uma posição. Um dia, o ministro Celso Amorim mandou seu chefe-de-gabinete me oferecer um lugar de conselheiro da Unesco. Eu pedi que me explicasse o que representava exatamente essa posição. A resposta foi: "É formidável. Três viagens por ano a Paris ". Ou seja, estavam me oferecendo uma mordomia. Eu não aceitei.

EM ALGUM OUTRO MOMENTO O SENHOR FOI CHAMADO A COLABORAR COM O GOVERNO?

Sim. O então presidente do PT, José Genoíno, me pediu ajuda para convencer meus amigos deputados federais do PT a retirar seu apoio à formação da CPI dos Correios .

EXISTEM ELEMENTOS PARA QUE SE PEÇA O IMPEACHMENT DO PRESIDENTE?

Os fatos podem vir a caracterizar crime de responsabilidade e, portanto, motivar um pedido de impeachment. Mas eu gostaria de lembrar que as primeiras pessoas que pediram o impeachment de Fernando Collor foram o Lula e eu. O pedido foi engavetado. Só quando houve pressão popular é que se concretizou um processo. Se você não tem apoio popular, isso cai numa discussão de juristas que não leva a nada, a não ser ao prejuízo da democracia.

COMO O SENHOR VÊ O FUTURO DO PT?

Depende muito de como esse processo vai prosseguir. Se continuarmos com uma direção chapa-branca, não vamos chegar a lugar algum - a não ser no "desfazimento" de um partido que poderia ter chegado ao poder para realizar as reformas necessárias, mas só conseguiu promover um grande isolamento do Lula.

"A verdade está na cara mas não se impõe"

Recebido por mail em outubro de 2006
Autor: Arnaldo Jabor (não verificado)

"O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, "explicáveis" demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.

Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.

Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada. Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos.Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo.

Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nadegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto.

E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de "povo", consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações "falsas", sua condição de cúmplice e comandante em "vítima". E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados, nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.

Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito.... Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me:"Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?". A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo ..

A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações. No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de "gafe". Lulo-petistas clamam: "Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?"

Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de "exibicionista". Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de "finesse" do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando... Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de Sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo.

Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em "a favor" do povo e "contra", recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o "sim" e o "não", teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da Oposição mundo x Brasil, nacional x internacional. A esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à formação de um novo ethos político no país, que favoreça o voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois. Assim como vivemos (por sorte...) há três anos sem governo algum, apenas vogando ao vento da bonança financeira mundial, só espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução antidemocrática.

As coisas são mais democráticas que os homens.Alguns otimistas dizem: "Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!". Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros.

O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade, e a novi-língua estará consagrada. É amigos. Este texto deve se transformar na maior corrente que a internet já viu. Talvez assim, possamos nós, que não somos burros não, mais uma vez salvar o BRASIL!!!!!

30 de julho de 2007

A incrivel capacidade de desarmar bombas

Mail recebido em outubro de 2006.
Autor: desconhecido

(nota: revisei hoje e este bombástico livro está à venda nas "americanas.com" por R$ 44,90 O que aconteceu com as declarações bombásticas? Alguem leu?)

"BOMBA! LIVRO DE RICARDO KOTSCHO PROMETE POR FIM AO GOVERNO DE LULA !

O autor foi companheiro próximo do LULA durante todo aquele período, deixando claro que tem conhecimento pessoal por ter presenciado e participado de muitas das ações e reuniões. "Livro de ex-assessor de imprensa de Lula garante que o presidente participou junto com Dirceu das negociações do Mensalão".

O presidente Lula da Silva não poderá mais alegar que nada sabia sobre o escândalo do mensalão. Ele participou das negociações do esquema. A revelação está no livro "Do Golpe ao Planalto", escrito por seu ex- assessor de imprensa e amigo pessoal, Ricardo Kotscho, que será lançado hoje em São Paulo, editado pela Companhia das Letras. Uma candidata ao Senado pelo estado de São Paulo pelo nanico PTC, Ana Prudente, que aparece com 2% nas pesquisas, promete usar o livro para lançar uma campanha de mobilização nacional pelo impeachment de Lula, em função do objetivo fato novo.

Na obra, Kotscho coloca a marca do repórter acima da carteirinha do partido, ao narrar a negociação do PT com o PL, que ele presenciou em 2002, no apartamento do ex-deputado Paulo Rocha (PA), onde se plantou a semente do mensalão. A negociação juntou, de um lado, Lula e José Dirceu, e de outro, José Alencar e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Só três anos depois, Kotscho descobriu o móvel principal daquela feroz discussão: R$ 10 milhões. E o pior, é que ele assegura que Lula estava lá, debatendo a "fixação do preço".

Ricardo Kotscho, que não é filiado ao Partido dos Trabalhadores, acrescentou um pósfácio em que faz duras críticas à corrupção no governo. O jornalista conclui que a corrupção é um "ingrediente trágico em nosso destino". No livro, cujo objetivo é narrar sua trajetória profissional, Kotscho garante que nos seus dois anos de governo não teve nenhum sinal ou evidência de corrupção. Ele narra que, ao visitar um jornal, em janeiro de 2004, como assessor de imprensa do presidente, recebeu uma saraivada de críticas ao listar as realizações do governo Lula. Naquele instante, Kotscho desafiou: "Vocês podem falar o que quiserem, mas pelo menos são obrigados a reconhecer que neste governo não tem corrupção". O assessor só deu azar porque, um mês depois, explodiu o caso Waldomiro Diniz, que foi o estopim de todas as crises que atingiram o governo, com o mensalão, a queda de José Dirceu, o estouro da máfia dos sanguessugas, e, agora, a ainda não explorada Operação Mão de Obra, desbaratada pela Polícia Federal, que denuncia a manipulação de licitações, com um esquema que movimenta mais de meio bilhão de reais com a limpeza terceirizada dos órgãos da União.

Tanta sujeira, junto com a revelação contida no livro, levam a candidata a senadora pelo pequeno Partido Trabalhista Cristão paulista a relançar uma campanha pelo impedimento de Lula, mesmo próximo do período eleitoral. A candidata Ana Prudente considera que a declaração contida no livro de Ricardo Kotscho é o ingrediente final para comprovar que Lula não só sabia desde o começo, mas teve participação ativa na negociação com o PL no processo de cooptação de uma base aliada para o seu governo. Por isso, pretende liderar uma campanha nacional pelo impeachment de Lula.

Lançamento imperdível: O lançamento do livro "Do golpe ao Planalto - Uma vida de repórter" (Companhia das Letras), de Ricardo Kotscho, será hoje, a partir das 19h 30min, no Avenida Club, um bar que tem livraria, na Avenida Pedroso de Moraes, 1036 - Pinheiros/São Paulo).

Independentemente da polêmica que o livro venha a lançar, irritando os petistas na véspera da eleição, a obra de Kotscho sempre tem muito a ensinar, sobretudo aos jornalistas. Ricardo Kotscho é um dos maiores repórteres brasileiros, com passagens marcantes pelos jornais Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo e Istoé. Teve sua dura experiência de jornalista "chapa branca" no governo de seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva - com quem se dá desde os tempos das greves operárias do ABC. No livro, Kotscho revelou que, no passado, teve pressentimentos sobre Lula no poder: O principal era que o presidente, a vida toda habituado a aplausos e elogios, não estivesse psicologicamente preparado para enfrentar uma onda daquele tamanho"

Dez razões para não votar em Lula

Recebido por mail em setembro de 2006
Autor: Gilberto de Mello Kujawski (não confirmado)

Meu pensamento circulava por outras esferas quando a leitura da declaração de voto em Lula pelo simpático professor Renato Janine Ribeiro (USP, Sorbonne, etc.) me trouxe de volta à realidade: 'Voto em Lula. Acho o governo dele melhor que os anteriores. A economia está melhor, a Polícia Federal está melhor, a educação está melhor, o custo dos alimentos está mais baixo. Então, acho que a condição do povo está melhorando' (Folha de S.Paulo, 25/8).

Panglossiano. Se fosse no tráfego, o autor dessa declaração seria multado. Nunca se viu alguém andar tão a gosto na contramão das idéias e dos fatos.Então, indaguei-me: se me perguntassem por que não vou votar em Lula, o que eu diria? Quais as razões de minha rejeição ao presidente Luiz Inácio? Alinhei logo em seguida as dez razões pelas quais não voto em Lula. Ei-las: Lula, ao contrário do que quer parecer, é um político de feitio francamente conservador, que reproduz os piores vícios dos velhos políticos brasileiros, a saber: patrimonialismo, clientelismo, centralização, populismo, autoritarismo.

Patrimonialismo - Ao lotear o governo pelo PT, Lula traiu seu patrimonialismo, procedendo, ele e o PT, como donos absolutos dos cargos de confiança, proprietários legítimos do governo transformado em 'cosa nostra'.

Clientelismo - compra disfarçada de votos em troca de favores, como o Bolsa-Família, seu carro-chefe eleitoral.Centralização - O presidente é o governo e não abre. Tudo passa por suas mãos. Muita suspeita, portanto, na sua alegada "inocência" nos casos de corrupção. Nada se faz no governo sem sua ciência, sem seu aval, sem sua cumplicidade.

Populismo - Ele convive mal com as instituições democráticas, o Congresso, o Judiciário, a imprensa. Quer governar acima das instituições, como o 'pai dos pobres', em ligação direta com o 'povo'.

Autoritarismo - Como todo populista, como todo coronel, sua auto-suficiência se traduz no mais decidido autoritarismo nas relações com os ministros, os partidos, os deputados e os subordinados.

Ao ser tão conservador - no mau sentido - e querendo posar de progressista, Lula revela-se uma fraude política, utilizando a mentira como sua arma principal. Dessa mentira faz parte seu tão falado 'carisma', inventado para impressionar os trouxas.

Lula rebaixou os índices de crescimento do País a níveis haitianos, como se sabe. Melhorou o emprego? Balela. Quando Alckmin declarou: faz pouco, que Lula é um exterminador de empregos, muita gente falou em gafe. No dia seguinte veio o indicador do IBGE: o desemprego no País é o maior em 15 meses. Só o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não sabia.

Lula herdou a política econômica do governo anterior, mas se mostrou um mau herdeiro. O bom herdeiro amplia e aperfeiçoa a herança. Lula contentou-se em repetir e conservar a política econômica estabilizadora do seu antecessor, boa para seu tempo, sem acrescentar nada de novo. O que teria de fazer seria aproveitar a estabilidade para incentivar o crescimento. Em vez disso, marcou passo até agora, enquanto outros países emergentes já revolucionaram a escala do desenvolvimento. Nem mesmo foi respeitada a autonomia das agências reguladoras, uma das maiores conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula elevou a carga tributária a cerca de 37,37% do PIB, um recorde histórico, travando brutalmente o desenvolvimento econômico.

Ao contrário do que proclamam alguns, a educação vai mal. O número de alunos não cresce nas universidades. O ensino básico continua uma calamidade. O presidente Lula, com seu autoritarismo, espírito centralizador e excesso de medidas provisórias, contribuiu para desmoralizar e desprestigiar o Congresso, e o Congresso desmoralizado se tornou presa fácil da corrupção.

A corrupção vem do Planalto, como assinala Alckmin: 'Mensalão é a submissão de um Poder a outro. É fácil bater em deputado, e tem de bater. Mas o deputado é só correia de transmissão. Todo o dinheiro sai do Executivo e sempre tem corruptor do lado de fora' (Estado, 25/8).

A política externa do atual governo, com seu terceiro-mundismo e sua obsessão antiamericana, é a política de Brancaleone, aquele comandante do exército de esfarrapados. Ridícula e improdutiva, capitaneada por duas figurinhas difíceis, Samuel Pinheiro Guimarães, o Talleyrand provinciano, e Marco Aurélio Garcia, o Maquiavel encabulado. Lula adora andar em más companhias, um demagogo perigosamente antidemocrata e megalomaníaco, Hugo Chávez, e aquele ditador decadente, Fidel Castro. Lula não tem perfil de estadista. O verdadeiro estadista dá sua marca criando o fato novo, aquele que divide a política em antes e depois dele - o Plano de Metas de JK, a recuperação da Guanabara por Carlos Lacerda, o Plano Real de FHC. Luiz Inácio não conta com nada parecido em seu currículo, após quatro anos de governo. A onda de corrupção que assola e devora o País em todos os níveis pode ser ou não da responsabilidade de Lula. Seja como for, seu nome ficará historicamente vinculado à mais gigantesca seqüência de escândalos que abalaram a política brasileira nos últimos anos.

Lula pode ser absolvido nas urnas, se ganhar a eleição, mas não será absolvido pela História. Em suma, não é possível votar para presidente da República num candidato que nunca leu um livro e se gaba da própria ignorância como se esta fosse um galardão e motivo de orgulho. Que péssimo exemplo para a juventude! Será possível levar este homem a sério quando ele fala na importância da educação? Com perdão daquele simpático professor da USP, colega da não tão simpática Marilena Chauí, votar em Lula significa aderir à turma do 'me engana que eu gosto'.

Sabias palavras de Gandhi

REcebido por mail em setembro de 2006
Autor: Mahatma Gandhi (não confirmado)

"Você já pensou porque o elefante, um animal enorme, fica preso a uma corda frágil que, com poucos esforços ele arrebentaria? Isso ocorre porque o homem usa um meio eficaz de submetê-lo, quando o elefante ainda é um bebê e desconhece a força que tem. Preso a uma corda, o bebê elefante tenta escapar. Faz esforços, se debate, se machuca, mas não consegue arrebentar as amarras”.

A cena se repete por alguns anos. As tentativas de libertar-se são inúteis. O elefante desiste. Vencido pelas amarras, ele acredita que todos os seus esforços serão inúteis, para sempre. Assim é que, depois de adulto, o gigante fica preso a uma fina corda que ele poderia romper com esforços insignificantes.

Fazendo um paralelo com o ser humano, poderíamos fazer a mesma pergunta: porque um ser tão grandioso, potencialmente criado para a perfeição e a felicidade, se deixa vencer por amarras tão sutis e sem fundamento?

São cordas invisíveis que vão imobilizando um gigante e, por fim, ele se conforma e se submete, sem questionamentos. Essas cordas podem ser facilmente percebidas, basta um olhar mais atento.

A idéia de que o homem foi criado para o sexo e não o sexo para o homem, insuflada desde a mais tenra idade, faz com que o adolescente se deprave, se prostitua e se infelicite.O adulto, acostumado com essa amarra invisível, se reduza a um escravo sexual, infeliz e exausto, quando poderia usar as potencialidades sexuais para a vida e para o amor, consolidando uniões maduras e baseadas no sentimento.

A sutileza das chamadas para o vício, propositalmente exibidas em cenas de programas e comerciais, cujo maior público é de menores de idade, gera uma potente amarra para o jovem que, para ser aceito pelo grupo se embrenha em cipoais de difícil saída.A sensualidade mostrada em larga escala como o "supra sumo" cria clichês de protótipos perfeitos e fisicamente bem esculpidos, infelicitando aqueles que não atendem a tais pré-requisitos.

O culto exagerado ao dinheiro, ao ter, ao status, em detrimento do ser, do desenvolvimento das potencialidades intrínsecas do ser, gera amarras que paralisam muitas criaturas. Umas porque se tornam escravas do que não possuem e gostariam de possuir, outras subjugadas pelos bens que amealharam e querem reter a qualquer custo.

As amarras são tantas e tão sutis que geram uma paralisia generalizada, submetendo uma gama enorme de gigantes que desconhecem suas potencialidades e seu objetivo na face da terra. Ao invés de buscar as estrelas, herança natural dos filhos de Deus, se voltam para o ilusório, para o fútil, para os falsos valores. Criados para a eternidade, esses gigantes se conformam com as aparências, com o transitório, com a roupa que irão vestir, com o que os outros pensam a seu respeito.

Pessoas de bem se deixam tombar nas trevas da ignorância, da desdita, do desespero.Vale a pena meditar sobre isso e buscar identificar essas tantas cordas invisíveis que nos impedem de alçar vôo. O vôo rumo à liberdade definitiva, rumo às paragens sublimes que aguardam esses gigantes em marcha para a perfeição.

Cada um de nós é um ser especialNosso destino nos pertence. Não nos permitamos prender pelas cordas invisíveis que outras mentes desejam nos impor. Nós temos um sol interior e nossa força é muito maior do que possamos imaginar.

Sabias Palavras (veja só...) de Antonio Ermirio de Moraes

Recebido por mail em setembro de 2006
Autor: Antonio Ermirio de Moraes (não confirmado)

" Nestes tempos de eleições, o Brasil é pintado de rosa pela situação e de preto pela oposição. Isso é próprio de qualquer campanha eleitoral. No meio do tiroteio, o povo fica perdido, recebendo informações manipuladas, todas aparentando verdades. Nesse ambiente, há pouco espaço para análises objetivas.

Por isso, antes que comece o massacre das mensagens no rádio e na televisão, alinho alguns dados objetivos que, no meu entender, registram os principais problemas do Brasil de hoje.

1.. No período de 1996 a 2005, a economia mundial cresceu 3,8% ao ano; o Brasil cresceu 2,2%.

2.. Nesse ritmo, o mundo dobrará a renda per capita em 30 anos; o Brasil levará cem anos.

3.. Entre 1995 e 2004, os países emergentes investiram cerca de 30% do PIB em atividades produtivas; o Brasil investiu 19%.

4.. O investimento público, que estava em 4% do PIB em 1970 - já irrisório! - caiu para 0,5% em 2005.

5.. Nesse período, a carga tributária quase dobrou, chegando perto de 40% do PIB.

6.. Para crescer 3,5% ao ano, os investimentos em energia elétrica, petróleo, gás, telecomunicações e transporte teriam de ser de, no mínimo, US$ 27 bilhões por ano, enquanto, na realidade, não passam de US$ 14 bilhões.

7.. Dentre os 127 países estudados pelo "Program for International Student Assessement"(Pisa), o desempenho dos alunos brasileiros está em último lugar em matemática e penúltimo em ciências.

8.. Em pleno século 21, temos 16 milhões de analfabetos e, entre os que sabem ler, mais de 50% não entendem o que lêem. Vários desses dados fazem parte de um artigo publicado na "Revista Indústria Brasileira" em abril de 2006, cujo título já diz tudo: "Sem crescer, não há saída".

O mínimo que se espera é que os candidatos ataquem essas questões de frente, dizendo claramente o que farão para inverter o quadro atual. Isso faz parte da educação dos cidadãos e da construção da democracia. Há tempos, Roger Douglas, ex-ministro da Fazenda da Nova Zelândia, contou-me que, no seu país, toda vez que um candidato diz na televisão o que vai fazer sem dizer o "como", o seu adversário, no dia seguinte, ocupa o seu espaço na mesma televisão, para desmascarar as promessas vazias. Desde que esse sistema foi implantado, narrou Douglas, a demagogia diminuiu bastante e o povo votou mais consciente. Os problemas estão aí. Cabe aos candidatos dizer "como" resolvê-los. Não seria uma boa idéia para praticar no Brasil?